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23 janeiro, 2006

Fotos de Pechisbeque






21 janeiro, 2006

Infarto

alugue-me um coração
com dois grandes átrios
preciso de espaço na varanda

chamem a guarda
tragam os cães
um sentimento fugiu

há uma estranha palavra
em minha boca
me censurem

providenciem uma lápide
vou morrer
logo

eu vi o amor passando
mas fingi
que não

E D U S I L V A



19 janeiro, 2006

Senta que lá vem comédia!

Excelente opção aos BBB´s da vida, toda quarta feira, às 22:00 hs na TV Cultura.
Ontem foi apresentada a peça "Toda Donzela Tem um Pai que é uma Fera", (FOTO) peça dirigida por Roberto Lage. Uma boa comédia, passada na saudosa década de 50, num apartamento de Copacabana, no Rio de Janeiro.
Conta a história de Porfírio, um solteiro convicto que chega a ter até alergia da palavra "casamento". Para ajudar seu amigo Joãozinho, Porfírio se mete numa enorme encrenca. É que o pai de Dayse, moça com a qual Joãozinho se envolveu e que levou para morar em sua casa, está uma fera com o rapaz.
Graças à fama de sedutor e libertino de Porfírio, o pai de Dayse acaba achando que foi ele quem seduziu a filha e obriga o solteirão a se casar com a garota. Desesperado, Porfírio faz de tudo para escapar dessa tremenda corda no pescoço. No elenco os atores Luiz Serra, Elvis Shelton, André Garolli e Bárbara Paz.

Confira a programação da Cultura e outras matérias em www.tvcultura.com.br.

18 janeiro, 2006

TV Memorys

A televisão me deixou preguiçoso demais.
Link interessante: http://www.retrotv.com.br/

10 janeiro, 2006

Futuros Amantes

Não se afobe, não
Que nada é pra já
O amor não tem pressa
Ele pode esperar em silêncio
Num fundo de armário
Na posta-restante
Milênios, milênios
No ar
E quem sabe, então
O Rio será
Alguma cidade submersa
Os escafandristas virão
Explorar sua casa
Seu quarto, suas coisas
Sua alma, desvãos
Sábios em vão
Tentarão decifrar
O eco de antigas palavras
Fragmentos de cartas, poemas
Mentiras, retratos
Vestígios de estranha civilização
Não se afobe, não
Que nada é pra já
Amores serão sempre amáveis
Futuros amantes, quiçá
Se amarão sem saber
Com o amor que eu um dia
Deixei pra você


Chico Buarque, do excelente álbum "Paratodos"

09 janeiro, 2006

Mudança

Meu peito maduro,
Menos tóxico
Meu lábio cerrado,
Menos tímido
Meu ser mais seco,
Menos ébrio
Meus olhos cegos
Menos úmidos
Minha voz prudente
Menos sórdida
Meu poema difícil
Menos alarmado
Meu pisar à frente

Menos apressado
Minha música ausente,
Meu ouvido - que consente
Minha mente, meu segredo
Me dizem que não
Me lembram,
Me incomodam,
Me distraem,
Me
Matam de
Medo.


EDU SILVA

Bons tempos aqueles...


Frases retiradas de revistas femininas das décadas de 50 e 60:

- Se desconfiar da infidelidade do marido, a esposa deve redobrar seu
carinho e provas de afeto, sem questioná-lo. (Revista Claudia, 1962)
- A desordem em um banheiro desperta no marido a vontade de ir tomar
banho fora de casa. (Jornal das Moças, 1965)
- A mulher deve fazer o marido descansar nas horas vagas, servindo-lhe
uma cerveja bem gelada. Nada de incomodá-lo com serviços ou notícias
domésticas. (Jornal das Moças, 1959)
- Se o seu marido fuma, não arrume briga pelo simples fato de cairem
cinzas no tapete. Tenha cinzeiros espalhados por toda casa. (Jornal das
Moças, 1957)
- Não se deve irritar o homem com ciúmes e dúvidas. (Jornal das
Moças,1957)
- O noivado longo é um perigo, mas nunca sugira o matrimônio. ELE équem
decide - sempre! (Revista Querida, 1953)
- Sempre que o homem sair com os amigos e voltar tarde da noite espere-o
linda, cheirosa e dócil. (Jornal das Moças, 1958)
- É fundamental manter sempre a aparência impecável diante do marido.
(Jornal das Moças, 1957)
- O lugar da mulher é o lar. (Revista Querida, 1955)

07 janeiro, 2006

Abaporu



Pintei este quadro no ano 2000, sob os protestos de minha professora tão querida e saudosa, D. Noêmia, que preferia ver-me às voltas com obras mais cheias de sombras e cores menos "chapadas". Mas foi muito bom percorrer e tentar imitar o traço de Tarsila, mesmo que de brincadeira.

O texto abaixo está em http://www.tarsiladoamaral.com.br

Tarsila do Amaral nasceu em 1º de setembro de 1886 na Fazenda São Bernardo, município de Capivari, interior do Estado de São Paulo. Filha de José Estanislau do Amaral e Lydia Dias de Aguiar do Amaral. Era neta de José Estanislau do Amaral, cognominado “o milionário” em razão da imensa fortuna que acumulou abrindo fazendas no interior de São Paulo. Seu pai herdou apreciável fortuna e diversas fazendas nas quais Tarsila passou a infância e adolescência.
Estuda em São Paulo no Colégio Sion e completa seus estudos em Barcelona, na Espanha, onde pinta seu primeiro quadro, “Sagrado Coração de Jesus”, aos 16 anos. Casa-se em 1906 com André Teixeira Pinto com quem teve sua única filha, Dulce. Separa-se dele e começa a estudar escultura em 1916 com Zadig e Mantovani em São Paulo. Posteriormente estuda desenho e pintura com Pedro Alexandrino. Em 1920 embarca para a Europa objetivando ingressar na Académie Julian em Paris. Frequenta também o ateliê de Émile Renard. Em 1922 tem uma tela sua admitida no Salão Oficial dos Artistas Franceses. Nesse mesmo ano regressa ao Brasil e se integra com os intelectuais do grupo modernista. Faz parte do “grupo dos cinco” juntamente com Anita Malfatti, Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Menotti del Picchia. Nessa época começa seu namoro com o escritor Oswald de Andrade. Embora não tenha sido participante da “Semana de 22” integra-se ao Modernismo que surgia no Brasil, visto que na Europa estava fazendo estudos acadêmicos.
Volta à Europa em 1923 e tem contato com os modernistas que lá se encontravam: intelectuais, pintores, músicos e poetas. Estuda com Albert Gleizes e Fernand Léger, grandes mestres cubistas. Mantém estreita amizade com Blaise Cendrars, poeta franco-suiço que visita o Brasil em 1924. Inicia sua pintura “pau-brasil” dotada de cores e temas acentuadamente brasileiros. Em 1926 expõe em Paris, obtendo grande sucesso. Casa-se no mesmo com Oswald de Andrade. Em 1928 pinta o Abaporu” para dar de presente de aniversário a Oswald que se empolga com a tela e cria o Movimento Antropofágico. É deste período a fase antropofágica da sua pintura. Em 1929 expõe individualmente pela primeira vez no Brasil. Separa-se de Oswald em 1930.
Em 1933 pinta o quadro “Operários” e dá início à pintura social no Brasil. No ano seguinte participa do I Salão Paulista de Belas Artes. Passa a viver com o escritor Luís Martins por quase vinte anos, de meados dos anos 30 a meados dos anos 50. De 1936 à 1952, trabalha como colunista nos Diários Associados.
Nos anos 50 volta ao tema “pau brasil”. Participa em 1951 da I Bienal de São Paulo. Em 1963 tem sala especial na VII Bienal de São Paulo e no ano seguinte participação especial na XXXII Bienal de Veneza. Faleceu em São Paulo no dia 17 de janeiro de 1973.

06 janeiro, 2006

Chromasia


Vale a pena, excelente site. Clique no título deste post.

Tudo outra vez


Há tempo, muito tempo que eu estou longe de casa
E nessas ilhas cheias de distância
O meu blusão de couro se estragou
Ouvi dizer num papo da rapaziada
Que aquele amigo que embarcou comigo
Cheio de esperança e fé, já se mandou
Sentado à beira do caminho pra pedir carona
Tenho falado à mulher companheira
Quem sabe lá no trópico a vida esteja a mil
E um cara que transava à noite no "Danúbio azul"
Me disse que faz sol na América do Sul
E nossas irmãs nos esperam no coração do Brasil
Minha rede branca, meu cachorro ligeiro
Sertão, olha o Concorde que vem vindo do estrangeiro
O fim do termo "saudade" como o charme brasileiro
De alguém sozinho a cismar
Gente de minha rua, como eu andei distante
Quando eu desapareci, ela
arranjou um amante.
Minha normalista linda, ainda sou estudante
Da vida que eu quero dar
Até parece que foi ontem minha mocidade
Meu diploma de sofrer de outra Universidade
Minha fala nordestina, quero esquecer o francês
E vou viver as coisas novas, que também são boas
O amor/humor das praças cheias de pessoas
Agora eu quero tudo, tudo outra vez.

BELCHIOR: http://www.brazilianmusic.com.br/belchior/

Êxodos


Esta foto é de Sebastião Salgado, fotógrafo reconhecido internacionalmente e adepto da tradição da "fotografia engajada". Sebastião Salgado recebeu praticamente todos os principais prêmios de fotografia do mundo como reconhecimento por seu trabalho.

Veja trecho de sua entrevista:

"Não sou juiz para julgar o que é bom ou ruim. Minhas fotografias são um simples retrato deste ciclo de deslocação e migração e seus efeitos. Em sete anos, estive em 47 países. Fotografo globalmente e quero expor globalmente. Todo o meu trabalho é sobre globalização e liberação econômica, uma amostra da atual condição humana neste planeta.
Minha maior esperança é provocar um debate sobre a condição humana do ponto de vista dos povos em êxodo de todo o mundo. Minhas fotografias são um vetor entre o que acontece no mundo e as pessoas que não têm como presenciar o que acontece. Espero que a pessoa que entrar numa exposição minha não saia a mesma."

Vale a pena conferir o trabalho do artista em http://www.terra.com.br/sebastiaosalgado/

Um bom dia a todos.

05 janeiro, 2006

Fotografia

Desgastarmo-nos ao opinar se a fotografia é ou não arte seria uma longa trajetória para definir arte e não arte, desde as origens do homem até a época atual. Delimitar parâmetros para arte e não arte pós Revolução Industrial seria uma forma de recorrer ao preestabelecido, não ao que se propõe a analisar. Partamos do princípio que a fotografia, como invenção, transformou o caráter geral das artes. É claro que aparece no mundo das artes plásticas tradicionais como uma espécie de intrusa perturbadora, bastarda.
Para se conseguir uma boa fotografia, não há que se somar uma máquina a um homem com um dedo no disparador. Não apenas isso. O ato de ver e registrar o que foi visto envolve outros mecanismos que não os meramente técnicos. Inaugurar um espaço requer sensibilidade, mecanismos de seleção e descoberta: luz e volume, cor e espaço.
Atrás da máquina, um ser chamado fotógrafo funciona como elemento mediador entre o que vê e o que cria/recria. Caçador de emoções, acontecimentos e movimentos, embalsama "a verdade" das coisas para o futuro, amanhã, depois e sempre: posteridade! A realidade convertida em símbolo da realidade, e este símbolo gera sentimentos dos quais o receptor participa. Um observador mais educado esteticamente compreende a diferença entre uma foto e o que ela representa. Essa diferença pode ser chamada de "mensagem", e as emoções por ela despertadas não pretendem, necessariamente, comunicar conceitos que devam ser expressos com e por palavras. O mais importante é a informação ­ mensagem que não pode ser de todo comunicada. É aquela que entre as semelhanças e diferenças do repertório emissor-receptor, pode ser sentida como a representação visual, sensível e particular dos seres e das coisas desse mundo de meu-deus-do-céu- nos-acuda: arte como documento, pão que se divide entre os homens. É preciso compreender fotografia não como imitação da realidade, mas como extensão e recriação dela. É claro que a possui como suporte, porém, em seu texto-conjunto revela algo que não é puramente visual. Dessa maneira, o significado de uma imagem, enquanto texto, é uma outra imagem. E, como essas imagens já não se bastam, buscam sentido na legenda, palavra sonora ou coisa que as valham. Ao embalsamador de movimentos cabe reproduzir o encontro entre a realidade física e a mente criadora do homem: cabe cavar o espaço ­ terreno intermediário entre o homem e o seu universo.

Infopoesia


Visitem: http://www.vispo.com//misc/BrazilianDigitalPoetry.htm

03 janeiro, 2006

Feliz 2006


Olá a todos. Que 2006 seja um ano de grandes realizações.
Estabelecer metas é a melhor maneira de se prever o futuro. Mais importante que estabelecer metas: cumpri-las. Para isso é necessário disciplina.
Não há disciplina que resista ao desânimo. Mantenha o bom-humor. Seja otimista.

Lembre-se: O planejamento é a base para o sucesso.